Jogos Para a história

Muitos jogos, em todo o mundo, já entraram para história do futebol. Quando se pensa na dificuldade de surgirem novos “jogos históricos” nos equivocamos. Nesta semana tivemos, em Moscou e no Rio, dois cotejos que podem, sim, serem considerados históricos. O primeiro, com estádio lotado, reuniu Manchester United, da Inglaterra e Chelsea, também inglês. Pela primeira vez uma final assim. O Manchester fez um a zero com o português Cristiano Ronaldo. Esteve para marcar em outras ocasiões e deu força para o Chelsea, de forma espetacular, reagir e empatar, ainda no primeiro tempo. No segundo foi uma luta por metro do gramado. Ninguém deu espaço.

As oportunidades surgiram e ninguém marcou. Prorrogação. E ninguém marcou. Vieram os penais. Cristiano Ronaldo perdeu um, pelo Manchester e Terry perdeu, pelo Chelsea, justamente ele que, durante o jogo foi tão bom que evitou um gol do adversário. Jogo disputado com o coração. Dogba, do Chelsea, foi expulso. Isso diminuiu as condições do Chelsea, só nos penais. Mas os restantes dos jogadores supriram a ausência do companheiro. Tevez, que conhecemos muito bem, não fez gol mas jogou com a disposição costumeira. Anderson e Belleti, um em cada time, entraram quase no final e marcaram quando cobraram as penalidades. O goleiro holandês Van der SAR, do Manchester, ao pegar um penal de Anelka, foi um grande herói em jogo. Falando em heróis, Bobby Charlton, um ex jogador do Manchester, estava no estádio e foi muito homenageado, mas viu seu companheiro Giggs, ainda em atividade, superar sua marca de mais de 700 jogos com a camisa vermelha do Manchester. Platini, presidente da UEFA, era só felicidade, ao lado de Blatter, presidente da FIFA. Um jogo para a história.

Também para a história entra o Fluminense - São Paulo, disputado no Maracanã lotado, também na quarta-feira, depois das emoções de Moscou. O Fluminense, no último instante, marcou gol que necessitava para chegar às semifinais da Libertadores. Parece que os 3 x 1 foi produto de uma tarefa fácil, porém, não é isso o que aconteceu. O São Paulo, ganhou o primeiro jogo por 1 x 0 e só precisava de um gol, ou manter o resultado. O Fluminense fez 1 a 0 aos 11 minutos, contagem do primeiro tempo. O drama maior seria sentido na segunda etapa. Adriano fez o gol de empate aos 25 minutos e , na jogada seguinte, Dodô empatou. Ainda era para o São Paulo, mesmo perdendo, a classificação e o que se viu, foi espetacular.

O São Paulo forçava um segundo gol. O Fluminense contra atacava. No final, tal qual uma luta de boxe em que um adversário vai ganhando por pontos, o Fluminense que aplicou todas as jogadas possíveis, no ataque. Nem havia mais tempo... Nem havia, para o Fluminense ainda havia. Escanteio e o Washington , de cabeça, fez o terceiro gol, o da classificação. Quem é que pode mesmo com grande poder e narrativa, descrever o que aconteceu com mais de 70 mil torcedores enlouquecidos pelo resultado? Foi a vitória de quem sempre acreditou. Está de parabéns.

O Santos Futebol Clube, tem o direito de lamentar aquele seu gol que foi anulado no México, e que deu grande vantagem ao América para os segundo jogo. O Santos venceu, aqui, por 1 a 0 , contagem insuficiente para prosseguir na competição e pode mui justamente sentir-se prejudicado. Tem razão para achar também que dos 4 penais reclamados, pelo menos um existiu. Coisas do futebol. Agora é pensar no Brasileirão. (Orlando Duarte - Informal - 24/05/2008)